Cinismo

terça-feira, 30 de março de 2010

No final da conversa.

E com um olhar desconfiado,

Ressabiado ele pergunta:

- Quanto tempo de vida Doutor?

O médico diz:

- Amanhã talvez te responda!


Paradoxal...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Ambigüidade ao extremo,

Sereno, calmo e pacífico...

Num repente momento;

Isento de culpa ou dolo.

Ao som da escuridão;

Despertado pelo ódio,

Afastado da razão;

Sentimentos abrasivos.

Efervescem e aniquilam.

Luta intensa e interna.

Terminada sem vitória;

Quem perdeu ganhou;

E quem ganhou perdeu,

Mas como pode?

São duas as respostas;

Resumidas em apenas uma palavra.

Limiar

domingo, 28 de março de 2010

O limiar das decisões;
Ou o que define as conclusões
Nem sempre é a verdade...
Pode ser uma mentira disfarçada;

Um alento momentâneo,
Um afago irônico,
Até mesmo uma dor insinuada;
Quem pode julgar?

Constantemente envolvidos...
Estamos sempre no limiar;
Se seguir posso cair, se voltar;
Talvez viva, e se viver devo escolher.

Penumbra

sexta-feira, 26 de março de 2010

Enquanto vocês dormem...
Meus pensamentos se distanciam.
Minha mente adormece o sono
E em um simples piscar de olhos,
Enxergo o que me aguarda;
Bem atrás daquela luz que reluz,
Apesar do sombrio escuro...
Sigo adiante e contemplo,
Com muita sobriedade;
E um sorriso sarcástico...
Agora fecho o olho novamente,
E o que vejo? Nada...
Apaguei tudo da memória,
Deletei as lembranças...
E guardei o 'backup' num lugar distante...
De onde você não possa alcançar...
Agora, acorde pela manhã;
E tente lembrar de hoje.

Não Leia...

Porquê você veio ler?
Mas já que veio, sinta-se a vontade.
Pra saber, que a existência do miserável
E vil mortal ser humano,
Está condicionada a viver em um mundo triste.
Onde prevalece a intolerância.
Não existe respeito pelas diferenças.
Preso a padrões indignos.
Sem uma janela aberta.
Aterrorizado pelo pavor da vida,
Pelo ódio de estar vivo,
E a vida não ser o que sonhamos.
Estamos distantes da realidade.
Olhando apenas para nosso horizonte.
Vendo o 'destino' passar, sem olhar para o lado.
Sem ter esperança no futuro.
E com um presente desgraçado.
Bom, mas não leia isso.
Pense em um mundo de sonhos,
Onde a fantasia seja a chave que abrirá
As portas da nossa mente.
E o sorriso de uma criança.
Nos trará de volta a felicidade perdida.

Seja mais um ufanista!

Metal Heart

Metal Heart

Perdendo a estrela sem um céu

Perdendo as razões do porque
Você está perdendo a chamada que esteve fingindo
E não estou brincando

Está condenado se você não fizer e condenado se você fizer
Seja verdadeiro, porque eles te trancarão num zoológico bem triste
Oh esconda esconda o que está tentando provar
Por esconder esconder esconder você não vale nada

Costure sua fortuna numa corda
E a segure na luz
Fumaça azul vai fazer
Um vôo bem violento
E você será mudado
Tudo areia
E você estará num zoológico muito triste.

Uma vez estive perdida mas agora sei que estive cega
Mas agora te vejo
Que egoísmo seu acreditar no significado de todos os pesadelos

Coração de metal você não está escondendo
Coração de metal você não vale nada

Coração de metal você não está escondendo
Coração de metal você não vale nada


Composição Cat Power (Chan Marshall)

Bastante

quinta-feira, 25 de março de 2010
Não se pode tudo.
O que pode ser o bastante
Nem sempre o suficiente.
Querer além de ter.
Almejar o troféu da vida,
Chegar ao topo, hastear a bandeira,
Descer de pé.
Eu não quero nada disso.
Quero viver, e morrer feliz.
Bens materiais, eu renego.
Sucesso fica pro passado.
Quero a vidinha bucólica.
Acordar e poder dar um bom dia.
Sonhar com o presente.
Contar os dias a partir de hoje.
Quero um bem mais precioso.
Preciso de um momento.
Dispenso os meus tormentos.
Rio das façanhas da vida.
Espero algo mais do que lamentar.
Por não ter o bastante.
Pois o bastante amanhã acaba.
E a hipocrisia continua.
Já me basta pensar.

Além

O pobre conhecimento humano,
Tão falido e insensato...
Rumo a um caminho sem volta,
Perdido nos devaneios da vida.
Sem sal, sem tempero.
Alucinógenos cerebrais,
Busca incessante pelo abstrato.
Cansado de desencontros...
Esbarra nos limites do muro,
O muro da ignorância.
O pobre ser mortal, não tem consciência
De que a sua alma é desconhecida.
Seu futuro é incerto.
E que além dessas vãs filosofias,
Que regem o tempo e espaço em que vivemos,
Existe um ser capaz de transformar essa pobreza de espírito,
Em uma infinita fonte de sabedoria e paz.
Agora cabe a você busca-lo.
Não, ele não está além do seu pobre conhecimento.
Encontre-o.

Mazelas...


Essas más, elas as mazelas,
Corroem a sociedade,
Contaminam o noticiário,
Instigam o descrédito,
Nos faz seres capazes de piorar
Cada vez mais, elas...
Que estão expostas,
Feitas feridas incuráveis,
Hemorragias visuais,
Quanto mais combatidas,
Mas elas se tornam evidentes,
Mas se não fosse por elas,
Aquelas malditas mazelas,
O que eu maldizeria?

Madrugada!!!

A Rainha da insônia!
Mãe dos etílicos!!
A triste notícia vem por ti.
As angústias te esperam.
A tua hora não passa.
Tua luz não brilha.
Um passo da desgraça.
Saudades da última.
Lembranças da próxima.
Quando te vais?
Ah, madrugada maldita.
A vida seria bem pior sem ti.
Embora odeies a vida;
Quem não madrugou, ainda não viveu.
Inspiração do plebeu.
Amante do Narciso.
É madrugada, Adeus.
Começa um novo dia,
Mas que já espera por ti.

Caminho...

Nada provém do acaso;
Ou caso soubéssemos
O que estaria por diante
Seguiríamos no mesmo caminho?
Caminho antagônico,
A direção contrária da vontade,
Ridicularizando o lógico;
Opondo-se ao bom senso
Libertos da venda
Escarrando na “lata” do coerente,
Não sendo igual aos diferentes.
Nenhum dia constante...
Para trás os figurantes,
Protagonizo minha vida
Meu túnel não tem luz,
Eu sigo a minha estrada sem rumo,
Perdido no meu horizonte
Embriagado de saudades...
E sem olhar para o que deixei;
Meus velhos dias passarão,
Mas a minha alma suja continuará por aqui.

Ouro de Tolo


Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

Composição: Raul Seixas

O Retorno!

O RETORNO

Sem a “estrela” maior, o Sol.
Mesmo assim o brilho não apagou.
Renasce das cinzas de Seattle.
Iluminando a vida dos remanescentes,
Dos fiéis seguidores de Alice.

Ansiedade, angústia e medo.
Expectativas e saudades.
A espera valeu a pena.
Cada minuto, cada segundo.
Mesmo relógio parado e retardando.

Voltou pra recordar o passado.
Escrever um presente merecido.
Apagar as sombras das dúvidas,
E desenhar um novo futuro,
A era da música REAL.

O receio de uma frustração
Deu lugar ao peso dos acordes,
Fortes e vibrantes tocam a alma.
A volta dos quais serão eternos,
Saudando seus fãs com a canção:
“A Looking In View”